terça-feira, 1 de setembro de 2009

A Bailarina Mendiiga







dia 01/09/2009 Dia da Bailarina...

Ela acorda cedo, muito cedo. Ainda é madrugada.
Traz consigo idéias que planeja, dores que calejam, sonhos que almeja,
Na bolsa de pano, faltam: sapatilha, meia, esparadrapos, tutu bandeja...
Ela não liga e peleja para corrigir aquela passada...
Glissé , uma tal escorregada, que... falta angulação
1ª. Posição, 2ª. Posição, 3ª. 4ª. Posições
Sua insatisfação busca perfeitas execuções...
Faz a correção em meio à solidão
Quer aceitação, busca algo que a define
Ela ensaia sozinha no canto do quarto ainda escuro
Ser dançarina da Cia de ballet russo de São Petesburgo,
Confunde clássico e moderno, sonha com o “Largo do Cisne
Entre a solidão do quarto da velha casa abandonada
E o deboche dos outros indigentes, ela os chama de deprimidos e deprimentes,
Os acusa de não saberem o bem que a arte faz para gente
Nossa bailarina mendiga sonha acordada...
Junta seus trapos quando dá meio dia, vai à luta
Cobertor de lã, saco de cola, sob a calor da avenida
Poe medo nas moças de família, infelizes enrustidas
Toma nome de piranha, vadia... de puta
Mas ela só sonha em ser bailarina,
Entre um furto e outro executa um grand jeté (grande salto)
Da sua boneca decapitada faz bebê, vislumbra um grande assalto
Ela só quer ser, como diria minha filha: barnarina

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